A sãojoanense conquistou o título do Campeonato Brasileiro de Vôlei 2012 na categoria Master
por Fernando Júnior – Atualizado em 17/11/12
fernandolelisjr@gmail.com
Entrevista exclusiva de Helenize à Rádio Difusora / Arquivo
Ainda na sua adolescência, revelada pelo Mangueira F.C. de São João Nepomuceno, clube onde também iniciou um dos maiores craques da história do futebol mundial, seu tio Heleno de Freitas, Helenize logo chamou a atenção das principais equipes e se despontou na modalidade. Pra quem pensa que ela parou após alguns anos está muito enganado.
Com os seus 67 anos de idade, com muita saúde e talento, Helenize de Freitas continua atuando e deixando muitos boquiabertos com a maneira que joga. Os inúmeros títulos também não pararam na história, a eterna jogadora conquistou ontem, o Campeonato Brasileiro de Vôlei, da categoria Master, edição 2012.
Helenize com o troféu em suas mãos
Jogando pelo time da Companhia da Bola, de Belo Horizonte, a desportista deu um verdadeiro show. A final foi de 2 sets a 0 para sua equipe, parciais de 25/14 e 25/9.
O Clube Militar, outro finalista, contou com a atleta olímpica Aída dos Santos (Tóquio 64), mas do outro lado estava a campeã mineira, campeã carioca, campeã brasileira e seleção brasileira, campeã sul-american, Helenize de Freitas, que fez toda a diferença.
Felicidade e orgulho dos sãojoanenses, em especial, um gostinho ainda melhor aos mangueirenses, que viram de perto, ainda menina, o dom que tinha quando sem pretensões e noção do que viria pela frente. Uma bela história e carreira, que não param por aqui. Para quem ainda não conhece Helenize, abaixo um pouco de sua vida:
Revelada no vôlei do Mangueira, tradicional clube de São João Nepomuceno, na Zona da Mata mineira, Helenize de Freitas, de 67 anos, não demorou para chamar a atenção dos clubes da capital. Chegou ao Minas em 1966, aos 20 anos, e no ano seguinte se transferiu para o Mackenzie, que defendeu por três anos. Nesse período, foi convocada para a Seleção Brasileira e disputou os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg’1967, Cali’1971 e Cidade do México’1975.
Helenize mostra seus arquivos ao repórter do www.superesportes.com.br
Filha de Heraldo, Helenize conviveu com o tio Heleno de Freitas entre 1952 e 1954, ainda criança. “Ele chegava com aqueles carros grandes, parava a cidade. Ia direto para o Bar Canarinho, do Esteves, para comer caçarola, doce de que gostava muito. Depois, já morando aqui em casa, lembro-me de uma mala dura, cheia de quinquilharias. Coleção de moeda, nota, caneta, foto, recortes com que a gente brincava... Mas não podia descuidar: uma vez ele pegou uma moto e desceu de braços abertos a ladeira da matriz.”
Helenize lembra de bons momentos ao lado do tio. À mesa, ele implicava com o sobrinho Heraldinho, o Lalado, o chamando de “galinha morta” até este chorar. À noite, ficava espiando o sobrinho e o cobria para não sentir frio. “Ele chamava a gente de filhinha e pedia para pendurar no braço dele. Era forte, bonitão. A gente tinha uma empregada que se chamava Vó Gê. E ele tinha uma fome louca e ficava atazanando ‘Gê, está pronta o almoço? estou com fome’, falava ao roubar uma batatinha. Coisa de criança. Para gente foi muito agradável”
A Campeã e o Espelho
No início da carreira, Helenize foi muito comparada no talento ao tio, de quem nunca escondeu paixão e admiração. Pouco depois de conquistar o título do Sul-Americano de Caracas’1969, parou em frente ao espelho, penteou o cabelo para trás bem rente e disse, com lágrima nos olhos: “Viu? Você não quis ser campeão com a Seleção Brasileira, mas eu fui”, como se estivesse repreendendo Heleno. Disponível em www.mg.superesportes.com.br
Por Fernando Júnior fernandolelisjr@gmail.com |
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