A modalidade sempre atrai os olhares de quem passa pelo coração de São João Nepomuceno
por Fernando Júnior – Atualizado em 20/11/12
fotos: Fernando de Lélis
Capoeiristas na roda no calçadão em São João Nepomuceno / foto: Fernando de Lélis
Nos
sábados pelas manhãs, o dia de mais movimento pelo centro da cidade, é
comum assistirmos uma roda de capoeira no calçadão da Rua Coronel José
Dutra. A ginga e a agilidade dos praticantes da modalidade chamam a
atenção de todos, principalmente dos jovens que aproveitam para passear
com os pais.
A Escola de Capoeira Aruanda, usufrui do espaço
movimentado para fazer várias demonstrações do que é a capoeira e o que é
transmitido através dos treinamentos.
Uma maneira despertar o
interesse para quem já gosta, mas se sente receoso para dar os primeiros
passos nesta expressão cultural, que faz um misto entre arte-marcial,
esporte, cultura popular e música.
A musicalidade é que
distingue a capoeira das outras artes marciais. Quem inicia neste
esporte, aprende não só a competir, mas também a tocar instrumentos
típicos e a cantar. Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é
considerado incompleto
Conheça um pouco da história da capoeira no Brasil e vejam as fotos no final da matéria:
Ao
chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de
desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos
colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas
violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das
fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma
maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenho
proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os
escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas,
adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial
disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência
cultural e física dos escravos brasileiros.
A prática da capoeira
ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de
dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à
manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção
da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos
arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste
lugar surgiu o nome desta luta.
Até o ano de 1930, a prática da
capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática
violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os
capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante
capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então
presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a
transformou em esporte nacional brasileiro.
Três estilos da capoeira
A
capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no
ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época
da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste
estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao
solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da
malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do
berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são
utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une
um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o
mais praticado na atualidade.
Você sabia?
- É comemorado em 3 de agosto o Dia do Capoeirista.